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14 jun

Nota de pesar pela morte do trombonista Raul de Souza

Publicado em: Conservatório de Música Popular Brasileira por: viridiana
raul de souza foto Alice

A Fundação Cultural de Curitiba e Instituto Curitiba de Arte e Cultura lamentam a morte de Raul de Souza. O gênio do trombone, reconhecido internacionalmente como um dos maiores da atualidade, tinha forte ligação com Curitiba. Participou ativamente da cena jazzística, sendo que suas grandes apresentações foram na Oficina de Música, na qual também foi professor em diversas edições.

Durante o final dos anos 50, Raul se casou e teve três filhos na cidade, hoje deixa netos e bisnetos por aqui. Essa passagem resultou num álbum com nome Curitiba 58, que remete ao tempo que viveu na capital paranaense, celebrando a produtiva criação dentro no cenário da música instrumental da época.

A Oficina de Música de Curitiba, na sua edição de 2020, foi também o palco da última apresentação do trombonista para um grande público. O show que lotou o Teatro da Reitoria, contou com a banda formada por Mário Conde (guitarra), Glauco Solter (baixo), Fábio Torres (piano) e Sérgio Machado (bateria), e com a participação do percussionista Airto Moreira.

O começo desse envolvimento com a Oficina foi em 2004, a convite do baixista Glauco Solter quando veio para ministrar aulas de composição para sax e trombone.  Entre suas apresentações, teve destaque o encerramento do evento em 2015, que comemorou ao lado do cantor Ed Motta, seus 80 anos.

Amigo íntimo de Raul de Souza, Glauco o conhecia desde 95, e o acompanhou em inúmeras turnês, entre elas China, Romênia, África e Tunísia. “É imensurável o tamanho do Raul. Todos os lugares que íamos aparecia alguém com seus Cds. Além de ser uma grande mestre e gênio da música, Raul era muito humano e generoso. Deixou uma lição de vida e um registro musical irretocável, com gravações épicas”, comentou Glauco.

Batizado artisticamente por Ari Barroso, o músico é reconhecido pelo improviso suingado, pelo samba-jazz e por ser o inventor do “souzabone”, um trombone com quatro válvulas, uma a mais do que no instrumento tradicional.

Raul trabalhou com Sérgio Mendes, Flora Purim, Airto Moreira, Milton Nascimento, Sonny Rollins, Cal Tjader e a banda de jazz fusion Caldera. Também já dividiu o palco com outros grandes nomes da música, como Pixinguinha, Baden Powell, Tom Jobim, Zimbo Trio, Paulo Moura, Milton Nascimento, Djavan, Maria Bethania, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti.