Longos minutos de palmas e brados emocionados foi o que se ouviu na Sala São Paulo ao fim do concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba, na última segunda, dia 18 de julho. O espaço que é conhecido por ser a melhor sala de concerto da América Latina fez jus a qualidade da execução da Orquestra, que contou ainda com a regência do maestro Cláudio Cruz. No dia anterior, 17 de julho, a Orquestra foi ovacionada em sua apresentação no Festival de Inverno de Campos do Jordão, no Auditório Cláudio Santoro da cidade.
A viagem a São Paulo faz parte da turnê da Camerata Antiqua de Curitiba programada para esse ano. Outras apresentações já ocorreram pelo interior do Paraná, nas cidades de Apucarana, Toledo, Londrina e Cascavel levando o som do grupo a mais de seis mil pessoas do estado. Ainda para esse ano estão previstos mais quatro concertos na região metropolitana de Curitiba e litoral.
Segundo Marino Galvão Jr., presidente do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, órgão responsável pela administração do grupo, a viagem faz parte também da parceria entre o ICAC e a Fundação Osesp iniciada na Oficina de Música de Curitiba. “Insisti na ideia dessa turnê e mantive como uma de nossas metas institucionais deste ano. Essa costura deu mais certo do que esperávamos, a turnê se ampliou e com excelência conseguimos levar a Camerata também para o interior do estado do Paraná que foi muito importante para o grupo”, afirmou Galvão.
O desafio e responsabilidade de tocar em outros espaços e cidades foi destacado pela Janete Andrade, coordenadora erudita do grupo: “essa turnê é um reconhecimento artístico para o grupo, pois se estivesse em outro momento dificilmente poderia ter se apresentado nesses locais. Tocar em um Festival como o de Campos e na Sala São Paulo, que é a meca da música erudita no pais, tem um grande peso e o Claudio Cruz foi essencial para essa realização”, frisa Janete.
O violinista e coordenador da Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba, Francisco Freitas Jr., avalia as apresentações: “Acredito que estamos numa fase áurea da Camerata, tanto na performance, quanto no amadurecimento do grupo. E essas viagens só contribuem para fortalecer a nossa identidade e divulgar nosso trabalho”, avalia Freitas.
A turnê reafirma ainda a política de responsabilidade que a Camerata Antiqua de Curitiba têm com o Estado e a comunidade. Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), explica: “a Camerata é um patrimônio da cidade, um dos nossos orgulhos e está em um dos melhores momentos de sua história. Nesta temporada, o grupo está realizando mensalmente concertos nas igrejas, turnê nas diversas regiões do Paraná e essa apresentação em São Paulo coroa esse novo projeto político”.
“A gestão está trabalhando para impulsionar não só a Camerata artisticamente, mas também no intuito de devolver ao grupo o reconhecimento de diversos públicos. Como artista eu entendo a gente precisa ser visto. A Camerata merece essa visibilidade, pois tem um coro e uma orquestra extremamente importante na cidade e precisamos posiciona-la no cenário nacional como ação de um grupo de relevância”, conclui o presidente do ICAC.
O Programa executado em São Paulo foram obras brasileiras de diversas épocas. Veja as informações abaixo:
PROGRAMA
Olivier Toni (1926)
Recitativo I para violino e cordas
Alberto Nepomuceno (1864 – 1904)
Serenata
Adagio para cordas
Andante expressivo para cordas
Suíte Antiga Op. 11
– Prelúdio
– Minueto
– Aria
– Rigaudon
Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959)
Quarteto de cordas nº 1 Op. 50 (adaptação para orquestra de cordas de Cláudio Cruz)
I – Cantilena (Andante)
II – Brincadeira (Allegretto Scherzando)
III – Canto Lírico (Moderato)
IV – Cançoneta (Andatino Quasi Allegretto)
V – Melancolia (Lento)
VI – Saltando como um Saci (Allegro)