A Camerata Antiqua de Curitiba escreveu um novo capítulo na sua história com a turnê pelo Rio de Janeiro neste fim de semana. Em duas apresentações, o grupo formado por coro e orquestra conquistou seu lugar na cena da música erudita fluminense, encantando público e músicos referência na área.
Pela primeira vez, a Camerata de Curitiba participou do prestigioso Festival de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. O grupo também se apresentou na Sala Cecília Meireles, na capital. A turnê no Rio de Janeiro foi uma celebração da trajetória histórica e prestígio da Camerata, que tem uma ligação forte com a cidade carioca, seja pelas históricas turnês ou pelo seu fundador e maestro emérito Roberto de Regina.
Sob a batuta do maestro Ricardo Kanji, o grupo apresentou uma versão reduzida do Oratório Joshua de Händel, com importantes participações do coro e solistas, como o tenor Aníbal Mancini, a soprano Marília Vargas, o contratenor Paulo Mestre e o barítono Fúlvio Souza.
“Foi uma experiência única e gratificante levar o concerto para um público com tanto entusiasmo e apreço. Foi uma honra trabalhar com os talentosos solistas e o dedicado coro, que deram vida à obra de Händel de forma brilhante”, comentou o maestro.
Petrópolis
Na sexta-feira (14/7), a Camerata realizou uma emocionante apresentação de abertura do 22º Festival de Inverno de Petrópolis. A Catedral São Pedro de Alcântara estava completamente lotada para presenciar a interpretação do grupo.
A catedral é o local de sepultamento do Imperador Dom Pedro II e sua consorte, Imperatriz Theresa Cristina Maria. Dom Francisco de Bragança e Orleans, descendente da família imperial, esteve presente no concerto e expressou sua admiração. “Foi maravilhoso! Ver um grupo tão talentoso em nossa cidade foi extraordinário. A igreja estava lotada, e pudemos sentir a música na alma”, destacou.
O Festival de Inverno de Petrópolis é promovido pela Dell’Arte, uma das maiores produtoras do Brasil. A presidente Myriam Dauelsberg elogiou a participação da Camerata. “Foi um trabalho belíssimo da Camerata, e essa participação grandiosa marcou o Festival, com certeza terá repercussões significativas. A cultura é feita de parcerias, e a Fundação Cultural de Curitiba sempre foi uma importante aliada nossa”, afirmou Myriam.
Sala Cecília Meireles
A Camerata também foi bastante aplaudida pelo público que lotou a Sala Cecília Meireles, uma das salas de concertos mais importantes do Rio de Janeiro, no domingo (16/7). O compositor e autor teatral Tim Rescala, que estava apresentando a Ópera O Auto da Compadecida, ficou encantado com a apresentação do grupo curitibano. “A escolha da obra foi belíssima, a interpretação impecável e os solistas foram maravilhosos”, disse.
Para Rosana Lanzelotte, importante cravista brasileira, a apresentação da Camerata de Curitiba foi um dos melhores concertos do ano. “Handel (compositor) foi maravilhosamente executado, certamente um dos melhores concertos do ano”, comentou.
O crítico musical do Jornal O Globo, Márvio dos Anjos, também esteve presente no concerto e afirmou que foi um momento revelador. “Para o público carioca, foi um bálsamo, com a vivacidade barroca e a alegria de apresentar proficiência na linguagem barroca. Foi um grande momento que a Camerata Antiqua de Curitiba trouxe para o Rio de Janeiro”, disse o jornalista.
No fim deste mês a Camerata segue para o Festival de Inverno de Campos do Jordão, conhecido como um dos mais importantes eventos de música clássica do país, onde se apresenta no dia 28/7, no Auditório Cláudio Santoro. O grupo encerra a turnê no dia 29/7, na principal sala de concertos do Brasil, a Sala São Paulo, na capital paulista.
A turnê da temporada 2023 da Camerata Antiqua de Curitiba tem apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio da Volvo do Brasil Veículos e Colégio Positivo. Uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura Municipal de Curitiba, Ministério da Cultura e Governo Federal.