Com a Catedral Basílica lotada e um concerto emocionante, a Camerata Antiqua de Curitiba comemorou na noite de sábado (30/3) 45 anos de existência. Uma das obras mais significativas do seu reportório, o Te Deum Laudamus, de Luís Alvares Pinto, foi apresentada em seus 15 movimentos por coro e orquestra.
O público aplaudiu e saiu da igreja admirando o fato de Curitiba ter um grupo de tão alto nível. Um dos mais importantes e antigos conjuntos de câmara em atividade no Brasil, a Camerata se destaca pela excelência na execução da música barroca – como é o caso desse Te Deum (hino de louvor), escrito no século 18, considerado a primeira composição erudita brasileira. É do mesmo período a obra Missa nº 2 em Sol Maior, de Franz Schubert, que também fez parte do programa.
Benção
“Assistir à Camerata faz bem para a alma. É uma benção Curitiba ter um grupo assim”, disse a advogada Cíntia Glowacki Ferreira, que estava acompanhada do pai, Antonio Glowacki, ele também um admirador do grupo.
“Foi a primeira vez que assisti a um concerto da Camerata. Até me senti culpada de não ter visto antes. Mas isso vai mudar”, garantiu a professora de ensino médio Mariane Baggio, curitibana, moradora do bairro Capão Raso. Ela agora pretende seguir a programação e acompanhar outras apresentações. Sua colega, a professora Jéssica Cristina Braga, já tinha ouvido falar do grupo, mas não havia assistido a um concerto. “Foi lindo”, resumiu.
O casal de namorados Gisele Kasenoh e Leandro Benedito, também curitibanos, já conhecia a Camerata, mas não a Catedral. “Vi um concerto na Capela Santa Maria, por isso viemos aqui e aproveitamos para conhecer a igreja. Aqui a apresentação foi muito especial”, avaliou Leandro.
Profissionalismo
O concerto começou com uma homenagem à pianista Ingrid Müller Seraphim, que criou o grupo em 1974 com o maestro Roberto de Regina.
Presente ao concerto, ela elogiou o grau de profissionalismo alcançado pelo grupo. “Estou extremamente feliz. Nunca imaginei que pudesse festejar os 45 anos da Camerata. É um privilégio”, disse a pianista, que coordenou o grupo por 26 anos e criou também, em 1983, a Oficina de Música de Curitiba. “Percebo os músicos muito compenetrados, dando tudo o que podem de si. O resultado está aí. Hoje a Camerata é um patrimônio de Curitiba”, afirmou.
A presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, disse que a Camerata Antiqua é um orgulho para a cidade. “Em sua trajetória já se apresentou em outros estados e países, levando o nome de Curitiba e mostrando a qualidade da nossa música. Nossa palavra é de agradecimento”, destacou.
A maestrina Mara Campos, diretora musical e regente do Coro da Camerata, falou da honra de participar da trajetória do grupo. “É um trabalho de construção a muitas mãos. Somos gratos àqueles que sempre nos apoiaram, à Fundação Cultural e ao grande público”, agradeceu.
Antes de dar início à apresentação, a regente prestou uma outra homenagem em nome dos músicos ao funcionário da Fundação Cultural de Curitiba Agnaldo Oliveira, que foi chefe de produção do grupo por 19 anos e neste ano foi convidado a assumir novas funções na estrutura da FCC.