A atriz Denise Stoklos e os escritores Alice Ruiz e Caetano Galindo estão entre os destaques da programação do II Festival da Palavra de Curitiba, compondo o rol de pelo menos 30 autores paranaenses que terão voz nas palestras, debates e bate-papos do evento. O festival acontece de 16 a 22 de junho, no Memorial de Curitiba, em outros espaços do centro histórico e também no Teatro do Paiol.
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O tradutor e professor de linguística histórica da Universidade Federal do Paraná, Caetano Galindo, fará no dia 18 a palestra Curitibanês: vina vale um dialeto? O professor faz uma análise do modo de falar dos curitibanos, desde o vocabulário ao sotaque do “leite quente”. Galindo ganhou dois importantes prêmios, o da Academia Brasileira de Letras e Jabuti, pela tradução do clássico Ulysses, de James Joyce. É autor de Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce (2016), do livro de contos Sobre os canibais (2019) e de Latim em pó (2023).
A premiada poeta e haikaista curitibana Alice Ruiz falará sobre sua trajetória no dia 19. Alice Ruiz publicou até agora 21 livros, entre poesia, traduções e uma história infantil, e tem diversas canções gravadas por parceiros e intérpretes, como Zélia Duncan e Arnaldo Antunes. Ganhou vários prêmios, incluindo duas vezes o Jabuti na categoria poesia: em 1989, pelo livro Vice Versos, e em 2009, pelo livro Dois em Um. Tem poemas traduzidos e publicados em antologias nos Estados Unidos, Bélgica, México, Argentina, Espanha e Irlanda.
A conexão da literatura com outras linguagens se mantém nesta nova edição do Festival da Palavra. A participação da atriz e coreógrafa Denise Stoklos, paranaense reconhecida internacionalmente, é um exemplo. A atriz apresenta no dia 18 de junho, no Teatro do Paiol, o espetáculo Abjeto – Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos.
A atriz paranaense começou sua carreira em 1968. Depois de trabalhar no Rio de Janeiro e em São Paulo, mudou-se para Londres em 1977, onde ela se especializou em Mímica e desenvolveu seu estilo próprio de performances solo. Ela representou suas 20 peças em sete idiomas, apresentou-se em 30 países e escreveu sete livros. Em 2000, foi convidada pela Universidade de Nova York para ensinar seu método teatral “Teatro Essencial”, que visa ter em cena o mínimo possível de efeitos e o máximo de teatralidade.
Resistência
Na semana do festival, as manhãs são dedicadas aos debates sobre temas que envolvem a palavra como instrumento de resistência, todos com a participação de autores, artistas e jornalistas paranaenses que vivenciaram o período da repressão política no país: Valdir Izidoro Silveira, Paulo Rolando de Lima, Marise Manoel, Thadeu Wojciechowski, Hamilton Faria, Fátima Ortiz, Silvia Monteiro, Adélia Maria Lopes, Lina Faria, Solda, Rettamozzo, Leila Pugnaloni, Mara Fontoura, Paulo Vítola, entre outros.
Em discussão estarão os temas Palavra e Resistência, com os dois escritores, ativistas e militantes políticos Valdir Izidoro e Paulo Rolando de Lima; Poesia e Resistência, com poetas que produziram em Curitiba nas décadas de 1970/80 quando a expressão pela palavra sofria censura; Teatro e Resistência, com nomes da cena teatral curitibana no anos 70 e 80; Palavra Impressa, reunindo jornalistas e editores cujos textos circularam na atmosfera da repressão; Palavra e Imagem como Resistência, com grandes nomes do texto visual, representado pelas charges, desenhos e cartuns; e Letra e Música como Resistência, com músicos que contam como pensar a palavra musicada e enfrentar a censura.
Apoios
O II Festival da Palavra é uma realização da Prefeitura de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba e Instituto Curitiba e Arte e Cultura com o apoio das seguintes instituições: Academia Paranaense de Letras, Editora Dublinense, Solar do Rosário, Escola de Escrita, Instituto Cervantes, Aliança Francesa, Cátedra de Estudos Irlandeses W.B Yeats e Amora.
Serviço
II Festival da Palavra de Curitiba
De 16 a 22 de junho, no Memorial de Curitiba
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