Durante a década de 1960, Detroit era polo mundial da indústria automobilística, sendo uma das cidades que mais crescia no mundo. Porém, em 2008, uma crise a levou decretar falência, trazendo a quebra dos serviços públicos e o abandono em massa de seus habitantes, que passou de 2 milhões a 700 mil em dois anos, com um em cada cinco imóveis abandonados.
Em meio a esse cenário, uma orquestra começa a chamar a atenção, demonstrando crescimento durante a pior fase da cidade. A Detroit Symphony Orquestra (DSO), que começou em 1910 com a contribuição voluntária de 10 mulheres, chega a 2015 tendo em sua receita anual cerca de US$ 17 milhões, originados sobretudo da venda de ingressos e dos 9.745 membros doadores. Esse trabalho deve-se em grande parte a Anne Parsons, presidente e CEO da Orquestra desde 2004, que transformou a DSO em referência mundial em gestão cultural de crise.
No dia 5 de maio, Anne Parsons estará em Curitiba para contar a história de sucesso da Detroit Symphony Orquestra. A palestra “Orquestras como exemplo de transformação, gestão e liderança” acontece na Capela Santa Maria, às 14h30, e conta com tradução simultânea e certificado. Dirigido para empresários, profissionais liberais, gestores públicos, artistas e produtores culturais, o evento é uma parceria entre o Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e o Consulado dos Estados Unidos da América. Para participar é preciso preencher o formulário abaixo (sujeito a disponibilidade de vagas).
A palestra faz distintas dimensões de “utilidade” destas organizações complexas na sociedade contemporânea, e as várias formas de potencializar seu impacto e relevância, mostrando que orquestras e outros corpos artísticos podem exercer papeis muito além da atividade de produção e reprodução. Assim como trabalha Anne Parsons, defensora das oportunidades de desenvolvimento profissional com líderes e pares sem fins lucrativos.
Anne é presidente e CEO da Orquestra Sinfônica de Detroit desde 2004, e tem participado em vários programas de liderança executiva plurianuais associados ao Center for Creative Leadership, Estratégias Nacionais das Artes e da Liga Americana das Orquestras. Este mês, a gestora está no Brasil a convite da Conferência Internacional MultiOrquestra, promovido pelo British Council, que abre diálogo entre orquestras, conservatórios, salas de concerto, projetos sociais e organizações governamentais para o fortalecimento dos setores artísticos no Brasil e no Reino Unido.
Histórico
Sob a liderança de Anne Parsons desde 2004, a Detroit Symphony Orchestra alcançou crescimento recorde de vendas de ingressos e dobrou sua base de doadores. Sua visão de tornar a organização mais acessível resultou no lançamento de novos produtos inovadores, a primeira com essa característica entre as orquestras americanas.
Por mais de 30 anos, Parsons atuou em cargos de gerência para uma variedade de importantes organizações das artes. Foi administradora do New York City Ballet entre os anos de 1998 e 2004, gerente geral do Hollywood Bowl em Los Angeles (1991-1998) e gestora da Orquestra Sinfônica de Boston de 1983 a 1991. Também ocupou vários cargos com a National Symphony Orchestra em Washington, de 1981 a 1983, e recebeu o Bacharelado em Artes pela Smith College, em Massachusetts, em 1980, onde estudou flauta e fez parte do Smith College Orchestra.
Além de seu papel na DSO, Parsons é membro do conselho ativo de várias outras organizações culturais na área de Detroit. Ela foi membro do conselho fundador da Aliança Cultural do Sudeste de Michigan (atualmente Culture Source) e hoje faz parte do conselho da New Detroit. Nacionalmente, ela atua no conselho da Liga Americana das Orquestras, Conselho de Supervisores no Curtis Institute of Music, e no conselho consultivo da Organização Esfinge. Originária de New York, Parsons agora reside em Detroit.