Desde o começo deste ano, a música se tornou mais presente na vida da menina Clara Landal, 12 anos.
Estudante do Colégio Estadual Pedro Macedo, ela pediu aos pais para ingressar no Projeto MusicaR na Rua da Cidadania da Fazendinha, Regional Portão, e desde então frequenta as aulas nas manhãs de segundas e quintas-feiras.
O MusicaR é um programa de educação musical destinado a crianças e jovens entre 7 e 17 anos. As aulas são gratuitas e acontecem nas ruas da cidadania. Em sete delas, ainda existem vagas disponíveis.
Leque de conhecimento
Clara divide a sala com outros 16 colegas do MusicaR. Eles são assistidos pelas professoras Nalyn Cézar, Bruna Martins e Gabriela Sabino.
“É muito legal e divertido, além de abrir um leque de conhecimento”, disse a garota, que mora no bairro Portão e passou a se interessar por música desde que começou a participar do coral do Colégio Estadual Pedro Macedo.
Educação musical democrática
O MusicaR é mantido pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) em parceria com o Instituto Curitiba de Arte e Cultura (Icac).
O objetivo é proporcionar uma educação musical democrática e inclusiva. As aulas acontecem duas vezes por semana no contraturno escolar, com duração de 1h15 por dia e englobam práticas de música corporal, instrumental e canto coral.
“Algumas crianças já vêm com alguma noção de música, mas em geral a gente faz a introdução à musicalização. No decorrer do processo, o professor observa com qual instrumento a criança tem mais afinidade e vai direcionando o ensinamento”, explicou a professora Nalyn Cézar.
Transformação para a vida
A professora explicou que as aulas costumam ter um efeito mais profundo nos participantes em muitos aspectos da vida.
“As crianças que chegam aqui com alguma alteração do comportamento acabam se transformando, tanto pelos efeitos que o aprendizado da música produz como pela socialização com os colegas. Eles se sentem seguros neste espaço, que, apesar de ser também de aprendizado, é mais livre”, disse Nalyn.
Para estimular o aprendizado, o repertório traz músicas de várias partes do mundo, geralmente composições que não estão na parada de sucessos.
“Aquelas que eles costumam ouvir em casa já estão bem assimiladas. Nós procuramos mostrar outras possibilidades, como agora, quando estamos apresentando canções indígenas e música armorial, que é a arte erudita da música popular do Nordeste”, explicou.
Descobertas de um mundo novo
A estratégia tem surtido efeito nas crianças. A estudante Clara Landal cita que já aprendeu a tocar Baião de 4 Toques, música que remete à Quinta Sinfonia de Beethoven, de autoria de Luiz Tatit e José Wisnik.
“Gosto muito de mexer nos instrumentos e descobrir coisas novas. Considero a música atualmente um hobby, mas pode ser que mais tarde venha a trabalhar com isso”, comentou Clara.
O exemplo do pai
Quem também está curtindo o MusicaR é o estudante Nicolas Ferreira da Silva, 12 anos, morador no Campo Comprido, que ingressou no MusicaR no começo de agosto.
O que fez o menino se interessar por música foi o exemplo de casa: o pai toca violão e Nicolas se interessou em aprender a dedilhar as cordas.
“Estou gostando muito das aulas. Tudo o que aprendo aqui costumo praticar em casa com o violão do meu pai”, contou o garoto, que é fã de rap, rock e gospel.
Professores capacitados
Os professores do MusicaR são, em sua maioria, egressos e estudantes de cursos de Licenciatura em Música e a equipe de coordenadores, professores e estagiários realiza reuniões semanais para o planejamento pedagógico e participa de cursos de capacitação.
O plano pedagógico do programa foi elaborado sob a supervisão da professora Ângela Sasse, docente na Universidade Estadual do Paraná/Curitiba – Escola de Música e Belas Artes do Paraná, com a colaboração de profissionais renomados na área de educação musical.
Serviço
Veja onde tem vagas para o programa MusicaR
Boqueirão – 4 vagas
Cajuru – 5 vagas
CIC – 14 Vagas
Portão – 9 vagas
Matriz – 2 vagas
Pinheirinho – 9 vagas
Tatuquara – 9 vagas